terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Ah, o amor...



Gostaria de desejar um ano de 2010 maravilhoso a todos que visitam esta morada, e em nome de Vênus aproveitar para deixar algumas mensagens sobre o amor...

" O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem." Antoine de Saint-Exupéry
" O amor não vê com os olhos, mas com o coração." William Shakespeare.

" Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o amor toma conta dele".
" Amar, porque nada melhor para a saúde do que um amor correspondido." Vinícius de Moraes




" Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia". W. Shakespeare.
" A falta de amor é a maior de todas as pobrezas". Madre Teresa de Calcutá.

" Nunca devemos julgar as pessoas que amamos. O amor que não é cego, não é amor". Honoré de Balzac.

" O amor é a força mais sutil do mundo". Gandhi


" Amor...
Quando duas pessoas fazem amor
Não estão fazendo apenas amor,
Estão dando corda ao relógio do mundo" Mario Quintana


" Nos ciúmes há mais amor próprio do que verdadeiro amor". François la Rochefoucauld

" Só o amor e a arte tornam a existência tolerável". William Maugham
" A criança é o amor feito visível". Friederich Novalis
" As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar". Leonardo da Vinci






" Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios." Martin Luther King
Figuras do post: (1)O amor de Páris e Helena - Jacques-Louis David; (2)O Anjo dos pássaros - Franz Dvorak; (3) Atração - Denis Nolet; (4) Elegante casal de coelhos; (5) Bouquet of Jonquils - Robert Doisneau (fotografia); (6) O Casal - Marc Chagall; (7) Primavera - Pierre Auguste Cot.

200 anos do nascimento de Frédéric Chopin em 2010


Estudei piano por 10 anos na minha infância, ainda toco hoje - embora não como antes-, mas tenho um sentimento muito especial por este instrumento magnífico. O compositor que mais gostava de estudar era Chopin, por isso, gostaria de fazer uma humilde homenagem com um post sobre ele, agora que fará 200 anos do seu nascimento. Durante todo ano de 2010 colocarei obras suas nos meus posts.
Frédéric Chopin (1810-1849) foi um compositor polonês do período romântico (talvez o ícone desta fase), um gênio, sendo considerado um dos maiores compositores para piano de todos os tempos. Era filho de mãe polonesa e pai francês. Em uma escola que frequentou em Varsóvia já impressionava os professores por sua habilidade para fazer retratos e escrever cartas. Mas o dom era mesmo para música, tendo aos 7 anos já composto duas " polonesas" e sendo considerado um segundo Mozart naquela cidade. Aos 20 anos já dava concertos em Viena e no leste europeu, mudando-se posteriormente para Paris, onde fez carreira como intérprete, professor e compositor . Lá teve contato com personalidades artísticas da época, como o pintor Eugène Delacroix (que fez retratos seus), o compositor Franz Liszt (que terminou de compor um de seus noturnos após a sua morte), fez amizade com outros compositores renomados como Berlioz, Mendelssohn, Bellini e Schumman (este último o considerava um gênio). Teve uma relação amorosa turbulenta com a escritora francesa George Sand, através da qual conheceu a maioria destas " celebridades". Morreu aos 39 anos aparentemente vítima da tuberculose, assim como muitos outros românticos famosos (embora haja suspeitas de que fosse portador de fibrose cística, já que nunca teve boa saúde). Antes do seu funeral foi retirado o seu coração (a pedido dele), o qual a sua irmã levou, dentro de uma urna de cristal selada, banhada em cognac, para Varsóvia. Esta caixa permanece selada em um pilar da Igreja da Santa Cruz, com os dizeres " onde o seu tesouro está, está também seu coração", o qual foi poupado pelos nazistas durante a 2a. guerra. O funeral foi na Igreja de la Madeleine em Paris, com a presença de 3000 pessoas e ao som, entre outras, da " Marcha Fúnebre", por ele composta. Está enterrado no cemitério Père Lachaise em Paris.
Estudar Chopin hoje é imprescindível para todo o estudante de piano, não só pela dificuldade técnica, mas principalmente pela profundidade expressiva que as obras exigem, deve haver um mergulho na musicalidade. A sua influência na música erudita é indiscutível e pode ser observada em vários compositores, como Schumman e Liszt. Ele inovou em formas musicais exclusivas para a época, como as baladas, as sonatas para piano, noturno, improvisos e prelúdios, além de incorporar em alguns trabalhos os sentimento nacionalista eslavo, em suas mazurkas e polonesas. Muitas obras são internacionalmente conhecidas, como é o caso da Valsa Brilhante (do desenho do Tom e Jerry), da balada no. 1 op. 23 (que foi trilha do filme O Pianista), da própria Marcha Fúnebre, da Fantasia-Impromptu e da primeira parte do Estudo op. 10 no. 3 (que foi trilha da minissérie Riacho Doce) . Este último, o qual estou deixando aqui, foi feito em homenagem ao amor do compositor pela ópera e pela sua terra natal, a Polônia. Ele próprio considerou esta a sua obra mais intimista, tendo uma vez escrito que nunca mais na sua vida conseguiria fazer uma melodia tão bela. Esta obra é conhecida como Tristesse (tristeza em francês).
Sem dúvida a música de Chopin é de linguagem universal, fala direto ao coração das pessoas. Ele é definitivamente o poeta do piano.
Você pode aprender mais sobre Chopin neste site: http://www.ourchopin.com/
As figuras correspodenm a: (1) Chopin tocando no salão do príncipe Radziwill - H.Siemiradzki; (2) Retrato de Frédéric Chopin - Eugéne Delacroix; (3) George Sand ouvindo Chopin ao piano - Adolf Karpellus; (4) Chopin no leito de morte.
Os vídeos correspondem às seguintes obras: Estudo no.3 opus 10 ("Tristesse") e Valsa do Minuto.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Avatar

Ontem fui assistir o filme Avatar (3D) de James Cameron. Lindo filme. Nele somos transportados à Pandora, onde vivem os humanóides Na´vi em perfeita harmonia com a natureza. Os humanos estão lá para explorar um minério valioso, dispostos a destruir o lugar para conseguirem o que querem. Paralelamente a esta missão militar, pesquisadores trabalham no projeto Avatar. Avatares são híbridos humanos-Na´vi geneticamente modificados, que podem ser conectados e controlados mentalmente pelos humanos cujo o mesmo material genético seja compartilhado. E assim o humano Jake acaba conhecendo realidade Na´vi.
O filme veio em um momento importante da discussão dos efeitos negativos da ação humana sobre o planeta, com um forte apelo às questões ambientais. A cena mais forte pra mim, em que até chorei, foi quando uma árvore gigantesca (quase infinita) sob a qual está o valioso minério, é derrubada pelos humanos.Tomara que este sentimento de preservação seja incorporado de verdade pelo público, que seja uma sementinha no coração de todos para que preservemos o milagre da natureza. Acredito que os meios da mídia são a única maneira de mudar a mentalidade das pessoas, e fico feliz que alguns que têm este poder nas mãos possam usá-lo de maneira construtiva (em vez de outros - ou a maioria - que só propaga a violência).

O filme mostra esse planeta tão lindo, cheio de plantas exóticas que brilham à noite e animais coloridos. Em 3D, sentimo-nos completamente conectados ao local. Pelo meu blog, você já pode perceber como sou admiradora da natureza e do belo, então esta conexão para mim foi imediata. Mas gostaria que a pessoas realmente traçassem este paralelo: temos tantas coisas lindas aqui na Terra, será que não podemos deixar de lado um pouco com a agitação do dia-a-dia para reparar na complexidade de uma flor ou de uma borboleta que voa? O dia em que o ser humano parar e sentir de verdade o quão sagrada é a natureza, não haverá espaço para o mal.
Neste planeta, Pandora, não há o desenvolvimento tecnólogico que temos e de que tanto nos orgulhamos. Mas lá os Na´vi não estão interessados nisso. Eles desenvolveram uma conexão tal com natureza que se comunicam com outros seres pelo pensamento e fazem sinapses (conexões nervosas) com as plantas. Quando a cientista Grace Augustine (Sigourney Weaver) expõe aos militares essas capacidades, eles debocham : " o que vocês andaram fumando por lá?". Ao meu ver, esta habilidade dos Na´vi é um paralelo ao nosso 6o. sentido, a intuição, que apesar de toda a ciência, está cada vez menos desenvolvida. Nos desconectamos da nossa mãe natureza, não consideramos isto importante. Mas será mesmo? Quando ouvimos as pessoas mais antigas falando sobre o passado, não temos a impressão que elas eram mais felizes? Viviam de forma mais simples, mas eram conectadas à natureza, ao campo, aos ciclos terrestres, vivam em comunidades, tinham laços afetivos. Hoje é a solidão que domina, e acredito que é essa falta de conexão, de sentido, que leva as pessoas à depressão, à apatia e infelicidade.

O filme também faz muitos paralelos com a mitologia. A começar pelo nome Pandora, que vem do grego e significa aquela que possui todos os dons. Achei muito interessante também os Na´vi acreditarem em uma deusa (mãe, feminina), Eywa, como faziam os humanos primitivos. Sabemos que com as " conquistas" humanas por territórios e povos, a tradição (guerreira) paternalista foi se estabelecendo e passamos a crer em um deus (masculino), onde os aspectos femininos da intuição, do cuidado, da fetilidade, são menos valorizados.

E por fim, avatar, palavra que vem do sânscrito e quer dizer " descida", e que para o hinduísmo, significava quando um deus (p. exemplo Vishnu) encarnava o corpo de uma homem, p. exemplo Krishna, ou seja, uma divindidade se manifestanto em um corpo físico. A palavra acabou sendo utilizada pela informática para descrever um personagem em realidade virtual.

Eu achei muito emocionante, e você?

domingo, 13 de dezembro de 2009

A maestria colorida de Maxfield Parrish


Maxfield Parrish (EUA, 1870 -1966) foi um ilustrador e pintor do romantismo estadunidense, cujas obras chamavam atenção pelo mágico das cores e pelo intenso brilho. Tem a maioria delas focando temas ou figuras mitológicas, sendo as mais conhecidas são Amanhecer e Êcstase.
Seu pai, que também era artista, encorajou-o a seguir uma carreira em prol das artes, crendo que um dia se tornasse um proeminente e conhecido pintor nos EUA, o que de fato se sucedeu.




Começou a pintar quando se recuperava de uma febre tifóide, inspirado pelos grandes mestres e pelos pré-rafaelitas. Suas cenas românticas utilizavam uma técnica chamada de simetria dinâmica, mas ele ficou conhecido pelo uso das cores, inclusive um tom de azul, que é frequente em suas obras, e foi chamado de " Parrish blue" em sua homenagem.
Como tantos outros artistas, teve que lutar para obter êxito. Foi ficando conhecindo trabalhando como ilustrador em viagens à Europa e EUA.
No ano de 1900, contraiu tuberculose, sofrendo, posteriormente, de uma crise nervosa. Depois de diversos aconselhamentos médicos, rumou até às praias no Lago Saramac, onde iniciou um vasto percurso na pintura a óleo.
Este brilhante percurso culminou rapidamente com a excelente técnica do pintor, usando este cores brilhantes e vivas, não esquecendo os dourados e as ondulações, típicas da Art Nouveau. Muitas das tintas que usava tinham marca própria registrada.
Depois de sucumbir à doença novamente, rumou ao Arizona e completou a sua formação a nível do desenho. Viajou novamente à Europa, sendo lá amplamente reconhecido .
Em 1966, com 95 anos, Maxfield faleceu, deixando para trás uma carreira de muitos sucessos.
Usava muito bem o contraste entre as cores complementares: azul/laranja e amarelo/roxo. Adoro a escolha das cores que ele usa no nascer e no morrer do dia (brilho em tons alaranjados e sombras em tons arroxeados), o que cria uma aura incrível, torna a atmosfera do lugar palpável.


















O título das obras são, em ordem que aparecem:
1-Jardim de Allah
2- Êcstase
3- Amanhecer
4- Lua Nova
5- Príncipe Encantado
6- Contentamento
7 - Conferindo as Tortas
8- Carregadores de lanternas
9- Nascer do sol
10- Bela Adormecida

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Song to the Moon

Como já havia falado em outro post, estou fazendo aulas de canto lírico, de forma que ando absorvida em ouvir performances no youtube. Sempre gostei de música clássica, pois estudei piano por 10 anos, mas também curto outros tipos de som até como hard rock e heavy metal, por incrível que pareça. Mas enfim ... estou muito envolvida em ouvir canto lírico, o que provavelmente se refletirá sobre os meus posts no momento.
Hoje quero falar um pouco de uma ária maravilhosa, Song to the Moon, do compositor tcheco Antonin Dvorak (1841-1904) em sua ópera Rusalka. O vídeo que postei é desta obra interpretada pela bela soprano estonesa Kristine Opolais, não deixe de escutar, e observe que reações a música provoca em você. Para mim é um genialidade, coisa dos deuses, não tenho palavras para descrever a emoção que tenho com tamanha perfeição.


Num momento em que o estilo verismo/realismo estava em voga no mundo da ópera, Dvorak trouxe o mundo das lendas para esta sua penúltima ópera. Smetana foi um dos primeiro compositores a incluir para do folclore e da cultura da Tchecoslováquia na sua música, e assim seguiu também Dvorak, compondo as Danças Eslavônicas. A ópera Rusalka representa este movimento nacionalista combinando costumes e danças populares daquele país (hoje República Tcheca), assim como uma preocupação direcionada aos aspectos místicos da natureza. A Natureza representa o estado de paz e plenitude da consciência humana, e as pessoas estiveram em busca de músicas que traduzissem este sentimento. Dvorak usou a natureza como tema nesta ópera, com melodias ornamentais inspiradas no compositor alemão Wagner.
A importância da orquestração é feita aparente nesta ária que postei, por evocar dramaticamente a noite. A profundidade harmônica do acompanhamento é bela não apenas na sua maestria lírica, mas também por identificar tão bem a cena como a de uma floresta mística. Seus tons enfeitiçados descrevem perfeitamente o luar na floresta, o que cria absoluto silêncio e calma nos espectadores.
O libretto (texto da ópera), escrito por Jaroslav Kvapil, combina elementos de 3 contos de fadas, um deles o famoso "A Pequena Sereia" de Hans Christian Anderson. A letra também traz o uso nacionalista de estórias da mitologia da Boêmia e descrições únicas da natureza que ficam caracterizadas no decorrer da peça. Jaroslav Kvapil, o escritor, manteve as tendências artísticas mais modernas na época, com seu estilo inclinado ao impressionismo (o que me parece também fez Dvorak).
No início da ária, Dvorak usa amplamente acordes arpegiados para convidar os espectadores no mundo de conto de fadas de Rusalka. O bondoso Espírito do Lago, Jezibab, está admirando o canto das ninfas do bosque quando sua filha, uma sereia chamada Rusalka, aproxima-se triste. Ela diz que se apaixonou por um lindo príncipe e quer se tornar humana para concretizar esta união. Profundamente triste, o Espírito do Lago consente o seu pedido, e parte. Então sozinha ela canta esta bela ária, confidenciando com a Lua os segredos do seu sofrimento.
Ela diz (tradução):
Oh lua alta no céu profundo,
sua luz avista regiões distantes,
você viaja pelo vasto, vasto mundo examinando os lares;
Oh lua, pare por um momento,
diga-me, oh diga-me, onde está o meu amado?
Diga-lhe, oh lua de prata no céu,
Que o abraço fortemente,
Que ele deve, pelo menos por um momento,
lembrar destes sonhos!
Ilumine esse local distante
diga-lhe, ah diga-lhe, quem o espera aqui,
Se ele comigo estiver a sonhar,
que esta memória o faça acordar!
Oh lua, não desapareça, não desapareça!


Antes de conhecer a letra já havia me emocinado com a música em si, e tive mesmo a sensação de estar no meio de uma natureza muito selvagem e protegida da ação humana, como numa cachoeira longínqua cheia de bruma e borboletas. Foi incrível descobrir depois que era exatamente isto que Dvorak queria transmitir. A atuação desta soprano também achei incrível, um timbre de voz muito único e um interpretação tocante. Além da beleza física que a faz vestir perfeitamente o papel da sereia Rusalka.
Quem sabe um dia eu chego lá...
Figuras do post (1) A Mermaid - Joh William Waterhouse; (2) Praga - República Tcheca; (3)Ilustração de " A Pequena Sereia" e (4) The Prince and thee Mermaid - Jim Wareen.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O céu em um quarto...

Eu adoro esta música " Le ciel dans une chambre", cantada pela primeira-dama da França, a italiana Carla Bruni. A letra é muito romântica, a voz dela, muito lânguida e sensual, e a música em si passa a idéia de um amor calmo, de realização total, de felicidade plena, de Paraíso ...
Possui uma parte cantada em francês e outra em italiano, estou colocando a tradução abaixo.



Quand tu es près de moi, cette chambre n´a plus de parois,
mais des arbres oui, des arbres infinis et quand tu es tellement près de moi,
c´est comme si ce plafond-là, il n´existait plus
je vois le ciel penché sur nous, qui restons ainsi,
abandonnés tout comme si il n´y avait plus rien, non plus rien d´autre au monde et
j´entends l´harmonica, mais on dirait un orgue que chante pour toi et pour moi,
là-haut dans le ciel infini, et pour toi et pour moi...


Quando sei qui con me, questa stanza non a più pareti,
ma alberi, alberi infiniti e sei tu, sei vicino a me,
questo soffitto, viola, no non esiste più,
e vedo il cielo soppra noi, che restiamo qui,
abbandonati come se non ci fosse più, niente più niente al mondo e
suona l´armonica, mi sembra un organo che canta per te e per me
su nell´immensità del cielo, per te e per me.


Tradução para o português (fiz um mix das idéias entre a tradução do francês e do italiano):
Quando você está comigo, é como se este quarto não tivesse paredes,
mas árvores, árvores infinitas, e quando você está assim tão perto de mim,
é como se este teto não existisse,
e vejo o céu sobre nós, que ficamos assim,
abandonados como se não houvesse mais nada, mais nada no mundo e
escuto uma harmônica, mas parece um órgão que canta para mim e para ti.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Medicina e arte

Neste final de semana participei do 10o. Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade, que é a minha especialidade médica, e para a minha surpresa havia havia uma palestra " Medicina e Arte", assunto que muito me interessa. A palestra, ministrada pelo cirurgião pediátrico Armando Bezerra, foi muito descontraída, pena que durou apenas uma horinha. Estimulou-me a postar no blog, de tempos em tempos, assuntos inter-relacionados sobre medicina e arte, coisa que tenho vontade de fazer já algum tempo.
A relação dessas duas áreas é íntima, vindo desde a antiguidade mitológica, passando pelo Renascimento de Da Vinci, pelo pós - impressionismo de Van Gogh e Munch que coincidiram com o início da psiquiatria no século XIX, até os dias de hoje.
Hoje deixarei registradas algumas obras de pintores famosos que estão relacionadas com a medicina, e algum comentário sobre as mesmas. Farei a tentativa de postar esse assunto pelo menos uma vez por mês, espero que gostem!
Norman Rockwell (1894-1978) foi um famoso pintor e ilustrador norte-americano. Em ilustrações carregadas de emoção, capturou o dia-a-dia da vida americana, incluindo aí diversas obras relacionadas à medicina. As duas pinturas que expus aqui são: (1) "Visitando o médico de família" e (2)"Médico e a boneca". Ele gostava de dar atenção especial às expressões faciais, capturando as expressões de uma maneira exata e caricaturada, assim como contrastes entre infância com a fase adulta.
Edward Munch (1863 - 1944) foi um famoso pintor norueguês que teve sua temática também muito relacionada à questão da doença e da morte, tendo ele mesmo vivido situações como a perda precoce da mãe e de uma irmã, e doença mental de outra irmã. As obras que coloquei aqui são (1) "O grito", a sua obra mais famosa, que retrata perfeitamente a depressão e o sentimento de angústia e (2) "A criança doente".












Luke Fildes (1843-1927) foi um popular pintor e ilustrador inglês, que atingiu fama após ter sido chamado para ilustrar histórias de Charles Dickens. O quadro que coloquei aqui, " O Doutor", foi inspirado pela morte do filho dele e a devoção profissional do médico Gustavus Murray, que cuidou da criança. O quadro transmite bem a dor dos pais e a impotência do médico diante da morte.
ps.: a 1a. obra do post é " Culto a Asclépio" de Robert Thom.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Siri na Manga

Este prato maravilhoso eu experimentei pela primeira vez no restaurante do Hotel Costa Norte, em Ponta das Canas em Florianópolis. Não resisti e tentei fazer eu mesma, após ter pesquisado algumas receitas na internet. E não é que ficou bem bom? Se você quiser tentar este prato exótico e muito saboroso, vai aí a receita! É uma ótima idéia de entrada para um jantar com frutos do mar.
Ingredientes (para 4 porções)
* 400g de carne de siri;
* 2 mangas " no ponto" (não podem estar muito duras);
* 2 tomates tipo italiano (médios);
* meia cebola pequena;
* 3/4 de um frasco de requeijão;
* 1 dose (copinho de cachaça) de cognac (brandy);
* 1 talo de aipo (salsão);
* queijo parmesão ralado;
* sal, pimenta preta e noz moscada a gosto;
Modo de Preparo
Corte a cebola e o tomate picadinhos e reserve. Rale o talo de aipo em um ralador e reserve. Corte as mangas ao meio, longitudinalmente, em 2 metades. Faça isso com cuidado para não destruir a casca. Do pedaço que ficou com o caroço, você retira-o com a faca delicadamente. Remova boa parte da polpa das duas metades e do caroço e separe-a. A idéia é que as duas metades da manga fiquem como fossem duas conchas.

Ligue o forno em temperatura elevada.

Frite a cebola picadinha em azeite de oliva. Quando estiver dourando e grudando na panela, coloque um pouquinho do cognac para desgrudar. Acrescente o tomate e refogue um pouco mais. Depois acrescente o aipo ralado e a carne de siri desfiada. Deixe o fogo alto, e quando o siri estiver grudando no fundo da panela, acrescente o resto do cognac. Depois, acrescente o requeijão e dissolva-o, formando um creme. Tempere com pimenta do reino, sal e noz-moscada, vá aos poucos conferindo o sabor e acrescentando mais se necessário. Por fim, acrescente a esta mistura a polpa da manga cortada em quadradinhos. Prove de novo e veja se precisa de mais sal. Quando o sabor estiver legal, coloque este recheio dentro das conhcas de manga que você fabricou. Por cima, coloque queijo ralado e leve ao forno, até dourar o queijo.
Bon appetit!