sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Redescobrindo a essência da mulher

Há pouco tempo virei a casa dos trinta e é interessante como a mudança mexe com a gente. A beleza fresca já não é mais a mesma dos 18, obviamente, mas o conhecimento que tenho adquirido sobre mesma mim não tem preço. Estou mais decidida, e posso com mais clareza estabelecer as minhas prioridades, não perdendo tempo com bobagens. Observando estas mudanças em mim e também nas mulheres que atendo como médica da família, posso concluir que o sexo feminino está sofrendo de uma crise de identidade. Pros psiquiatras e pra indústria de anti-depressivos isso é bom, no entanto, são os únicos a lucrar com isso. A sociedade é que perde. Me explico. A conquista do mercado de trabalho pela mulher e sua consequente independência financeira é um marco histórico e de grande valor, não há como negar, agradecemos àquelas que abriram este caminho. Mas onde está o espaço para a mulher namorada/esposa, dona de casa, mãe, mulher prendada, etc etc? Às vezes a mulher mergulha de tal forma numa rotina frenética de trabalhar e trabalhar, que o seu casamento não dura, que ela delega a educação de seus filhos a terceiros cujas consequências já conhecemos, sua casa está de pernas pro ar, não aprende coisas novas, sua saúde em frangalhos, não tem tempo para se cuidar. Isso quando ela consegue constituir uma família, pois muitas vezes vai vendo o tempo passar , envelhecendo e ficando cada vez mais sozinha.
Achei ótima uma propraganda nova do Boticário, que promove o seu produto justamente parabenizando a mulher por suas conquistas, mas chamando a atenção para ela resgatar um pouco do seu tempo para se cuidar.

Numa visão utópica de reforma na sociedade, para mim, as pessoas deveriam trabalhar menos horas por dia (deveriam haver bons salários com carga horária menor!), assim haveria emprego para todos e muito menos gente estressada, podendo se dedicar aos outros papéis de sua vida que não apenas o de ser um (a) workaholic. No entanto sabemos que isso não é possível.

Quando estudamos um pouco de mitologia, vemos o quanto alguns atributos tipicamente femininos vem se perdendo e se modificando com o passar do tempo. Abaixo listei as mais famosas deusas da mitologia grega com uma pequena descrição de cada. Acho que se harmonizássemos dentro da gente um pouco de cada uma delas, nós e toda sociedade teríamos muito a se beneficiar...
Hera
É a deusa da fecundidade e da dedicação, para conservar e fortalecer toda a obra criada, esposa de Zeus, o maior deus do Olimpo. De nada adianta o esforço da criação (Zeus) se não houver proteção e dedicação à obra, para que ela " vingue". Ela representa a " mãe" de verdade, pois sabemos que para ser mãe não basta colocar um filho no mundo. Hoje em dia isto não parece ter muita importância, pois as mães delegam este cuidado para a creche ou babás.
Ártemis
É a deusa da natureza, dos animais, da lua, que governa os ciclos de fecundidade. O que ela transmite está praticamente esquecido por nossa sociedade, que é a proteção ao sagrado da natureza, ao respeito por ela. Fugimos do contato da natureza, vivemos enjaulados em selvas de pedra. Também abandonamos o respeito por nossos ciclos, pelo funcionamento da nossa saúde física e mental. Hoje em dia ninguém sabe mais sobre o seu corpo, como funciona, como ele reage a determinadas circunstâncias. Falta tempo para meditação e auto-observação. Qualquer coisa diferente que sinta a pessoa já vai no médico e quer um diagnóstico, ou vai numa farmácia e resolve tudo com um comprimido. Fácil.
Atenas
É a deusa filha de Zeus (a força criadora) e Métis (prudência), indicando uma bela metáfora - quando a criação e a prudência se unem, nasce a sabedoria (ou seja, Atenas). Ela é a protetora da verdade e da justiça. Um dos seus símbolos é a oliveira, árvore que tem capacidade de frutificar mesmo em solos áridos. Isto mostra na antiguidade o reconhecimento da mulher como fonte do saber. Infelizmente a modernidade confundiu os atributos de Atena masculinizando-a, pois não se trata do saber racional e lógico, típico do pensamento masculino. É o saber pela intuição, pela inteligência emocional, pela diplomacia, pela flexibilidade, pelo poder de abstração. Com o tempo vamos desaprendendo estes dons que nos eram praticamente inatos .
Afrodite
Já falei bastante desta deusa por aqui, mas agora vou frizar apenas o aspecto de amor sexual, que está banalizado nos nossos dias. As mulheres não tem mais tempo de se envolverem de verdade, pois não estão abertas para o amor. Por issso a queixa de estarem sempre sozinhas. Aquelas que já tem um amor muitas vezes não têm tempo de se dedicar a ele, relacham no autocuidado, provocando um desinteresse do companheiro, o que é natural. Garanto que muitas prefeririam ter um tempo maior para se arrumar, para se cuidar e estar sempre bela para o seu amor, ao invés de ficar ganhando rugas horas e horas num trabalho estressante. Infelizmente a sociedade está organizada para que só aquelas que nasceram em berço de ouro possam se dedicar a isso.
Héstia
É a deusa protetora do lar, é o fogo sagrado que está no interior de toda a casa e no íntimo de cada ser. Na mitologia romana era chamada de Vesta, de onde surgiu a palavra vestíbulo, que significa " local para o resguardo". Coisa sem ssignificado nos dias de hoje, pois não respeitamos mais a nossa privacidade. Hoje em dia muitas pessoas não conseguem ficar sozinhas consigo mesmas, e muitas vezes fazem o máximo para ficar fora de casa, pois não sabem o que fazer dentro dela. Na antigüidade não era assim. Héstia era representada pela lareira acesa no centro da casa, unindo todos que ali moram (hoje em dia substituída pela televisão...). Resgatar esta deusa dentro da mulher significa então o direito de respeitar-se como ela realmente é, e também significa deixar acesa a " chama do lar", ser aquela que faz de tudo para dar ao lar o verdadeiro sentido, que é o de um local para sermos nós mesmos.

Obras de arte neste post:
* L´odalisque - Jean-Auguste Dominique Ingres
* Jeune femme denudée sur canape (mulher jovem nua sobre o sofá) - Guillaume Seignac
* Les saisons (as estações do ano) - Alphonse Mucha

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Apfelstrudel (Strudel de Maçã)


O Apfelstrudel ("folhado de maçã") é uma sobremesa tradicional austríaca que tornou-se popular internacionalmente. É a receita mais conhecida com a massa folhada da Europa central. Pensa-se que tenha sido influenciada pelas cozinhas do Império Bizantino, da Arménia e da Turquia, pois em Viena é possível encontrar vestígios destas três cozinhas.
Consiste num invólucro de massa de strudel, recheado com maçãs cortadas em quadrados pequenos, canela e passas, mas outros ingredientes possíveis são os pinhões, as nozes e as amêndoas. É possível também utilizar rum para intensificar o sabor. A arte da preparação consiste em fazer a massa muito fina e elástica. Diz-se que cada camada deve ser suficientemente fina para se conseguir ler um jornal através dela (meio complicado...)
O strudel recheado é cozido no forno e pode ser servido quente, normalmente polvilhado com açúcar em pó e geralmente na Alemanha ou na Áustria é servido acompanhado por chantilly. Eu particularmente gosto de degustar o strudel junto com sorvete de creme. Abaixo vou colocar a receita que utilizo, com massa folhada comprada pronta, para facilitar, é claro.

Ingredientes
1 pacote de massa folhada (p. ex. da marca Arosa)
6 maçãs
1 limão
uvas passas a gosto, pretas ou brancas
5 colheres de sopa de manteiga
150 gr de açúcar
canela em pó a gosto
mel a gosto

Preparação
Degele a massa folhada de acordo com as instruções no pacote. Descasque as maçãs, retire o miolo e corte em fatias finas. Coloque em uma tigela e passe o suco de limão para não escurecer. Unte uma forma retangular (35 x 40cm) e pré-aqueça o forno (200° C). Derreta em uma panelinha 4 colheres de sopa de manteiga. Abra a massa folhada na forma. Pincele-a com a metade da manteiga derretida. Polvilhe com 100 g de açúcar, espalhando sobre uma metade as fatias de maçã, distribuindo por cima as passas e o resto do açúcar, misturado com canela, e regue com um pouco de mel. Recolha o resto da manteiga derretida e espalhe esta mistura sobre o recheio. Dobre a outra metade da massa folhada, colando com água as pontas. Passe com um pincel sobre a massa um pouco de manteiga amolecida (ou uma gema de ovo) e coloque para assar e dourar por 40 minutos. Deixe esfriar um pouco e sirva com sorvete de creme.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Qual é o mais belo filhotinho?

















Não há coisa mais fofa do que um filhote. Não há quem não se derreta por um. Esta, com certeza, é uma beleza unânime. Mesmo quando o exemplar adulto da espécie não seja lá tão bonito, o seu filhote com certeza será. Explicação para isso? Não sei. Os filhotes com certeza apresentam uma melhor harmonia das formas, mas também inspiram um sentimento de proteção em relação a eles, além de pureza e inocência. Vou deixar aqui umas fotinhos lindas de filhotes (de animais apenas) com suas mamães, pois também não há nada mais lindo do que o conjunto do bebê com sua mãe. Se quiser comentar, diga qual deles você mais gostou!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Em algum lugar do passado

Somewhere in Time (Em algum lugar do passado) é um filme de 1980, com a direção de Jeannot Szwarc, que retrata a vida de um jovem que retorna ao passado para resgatar uma mulher que, no presente, diz ser o seu grande amor.
Esta bela história de amor e viagem no tempo foi um grande sucesso no Brasil desde seu lançamento, mas curiosamente não fez tanto sucesso nos Estados Unidos. Apesar da fraca bilheteria e críticas desfavoráveis, ele conquistou uma legião de fãs quando foi lançado em vídeo e na TV, e hoje é considerado um clássico, tanto lá quanto aqui.
O filme
O jovem autor teatral Richard Collier (Christopher Reeve), durante a estréia de sua primeira peça na faculdade, recebe de uma velha senhora um relógio, e ela lhe diz: “Volte para mim”. Alguns anos depois, ao sair sem rumo, ele decide hospedar-se no Grand Hotel em Nevada, e fica fascinado ao ver a foto de uma linda mulher na galeria do hotel. Ele descobre que ela é Elise MacKenna (Jane Seymour), atriz famosa que hospedou-se no hotel e lá encenou uma peça em 1912.
Richard fica mais intrigado ainda quando, ao pesquisar na biblioteca da cidade, descobre que ela é a senhora que havia lhe dado o relógio, e que havia morrido mais tarde naquela noite; que Elise era uma jovem cheia de vida e que isso mudou após sua apresentação no hotel, tornando-se reclusa e solitária.
Ele decide então usar as técnicas de auto-hipnotismo e fazer uma viagem de volta a 1912, para encontrá-la. Após muito esforço, ele é bem-sucedido e consegue encontrá-la. Ao vê-lo, Elise pergunta: ‘É você?”, ao que ele responde “Sim”.
Porém, William Robinson (Christopher Plummer), o empresário de Elise, teme que Richard a influencie negativamente e que ela deixe de atuar, e tenta afastá-lo dela. Mas Richard consegue convencer Elise a passear com ele, e aos poucos eles vão se aproximando. Durante a peça, ela improvisa um monólogo dirigido a Richard, na platéia. Isso enfurece Robinson, que faz uma armadilha para espancar e amordaçar Richard nos estábulos do hotel.
No dia seguinte ele consegue escapar e volta ao hotel, onde descobre que a companhia teatral já havia partido. Mas Elise volta e o encontra, e os dois passam sua primeira e única noite juntos. Após pedir Elise em casamento, numa brincadeira ele encontra uma moeda de 1969 no bolso e volta abruptamente ao presente.
Richard tenta em vão voltar a 1912, e vaga pelo hotel por algum tempo, até trancar-se no quarto, onde é encontrado em estado catatônico por Arthur, funcionário do hotel. Quando o médico chega, Richard vê a si mesmo pairando acima de seu corpo, e segue até a luz da janela, onde encontra Elise, que lhe estende a mão.
O relógio paradoxal
Se Richard recebeu o relógio de Elise em 1972, voltou a 1912 e o deu a ela, de onde veio o objeto? Esse paradoxo nunca é explicado.

Christopher Reeve, ator americano muito carismático e (muito lindo por sinal), faleceu em outubro de 2004. Seu papel mais famoso foi como o Super-Homem, numa série de quatro filmes. Após sofrer um acidente que o deixou tetraplégico, passou a liderar uma campanha pela legalização de pesquisas com células-tronco.

A linda trilha sonora é na sua maior parte de autoria de John Barry, mas a música que aparece neste vídeo, que também faz parte da trilha, é a deslumbrante "Rapsódia sobre um tema de Paganini", de Rachmaninov, uma das minhas músicas favoritas.

Em fim, sou fã deste filme, ele é antigo mas é excelente, realmente recomendo para quem nunca assistiu e gosta de histórias de amor. Em algum lugar do passado é a história de um amor que transcende o tempo.

domingo, 16 de agosto de 2009

Dicas para um casamento de sonho

Casei este ano e tive uma experiência maravilhosa. Foi tudo perfeito. Por isso gostaria de compartilhar as coisas que deram certo, para ajudar quem queira casar. Na fase de planejamento, a pesquisa é muito importante; é sempre bom ouvir a opinião de quem já passou pela experiência. Lá vai:




A escolha do local
Realizamos a cerimônia e a festa no mesmo local, então tome este conselho principalmente para o local da festa. Escolha um local que já seja bonito, assim você vai gastar menos com decoração, vai se procupar menos com isso. No meu caso o casamento ocorreu em um hotel, na beira da praia, com um visual espetacular. Aí foi só decorar com flores, sem exageros. O que também foi legal na escolha deste local é que, como era um hotel, e a nossa família mora em outras cidades, todos ficaram hospedados ali. Acabou que o casamento durou mais de um dia, todo o dia era uma festa! E eles também não tiveram que se preocupar em beber e não dirigir, em não ir embora tarde... já estavam ali, era só pegar o elevador e ir para a cama.

O número de convidados

Não acho legal festa gigantescas, com muito convidados, assim é impossível dar atenção para todos. Se você tiver menos convidados, apenas aqueles que realmente importam para você, sua festa ficará mais aconchegante, todos vão poder interagir entre si e com os noivos. Além disso, você poderá gastar mais com qualidade na escolha dos serviços, o de gastronomia principalmente. Acho interessante entre 120-200 convidados.
Gastronomia
Invista neste ítem. Não adianta você gastar uma fortuna com o seu vestido e economizar na comida. Quando vamos a um casamento, logo pensamos na comida, na bebida, nos docinhos. Não adianta, brasileiro é assim, e se não for bem servido, pode crer que vão falar mal. Por isso você tem que conhecer bem o buffet ou o restaurante que está contratando. Faça uma degustação do cardápio que escolheu, para fazer as alterações necessárias. É interessante conversar bem com o responsável por este serviço, para ele saber bem aquilo que você quer. Ofereça bebidas de qualidade, pesquise muito e procure achar a melhor marca pelo preço que pode pagar; deguste. Nós oferecemos espumante durante toda a festa, todos gostaram. Calculamos 1 garrafa a cada 2 pessoas (mas o clima estava ameno, se você fizer uma festa no verão talvez tenha que calcular 1 garrafa por pessoa). Vai a indicação da Vinícola Valmarino, de Bento Gonçalves, para a champagne brut (http://www.valmarino.com.br/). O mesmo serve para os docinhos, faça uma degustação antes, e pode exagerar na quantidade, é melhor sobrar do que faltar.


Música
Gaste tempo planejando sobre a trilha sonora do seu casamento. A música nos toca, dá emoção. Invista nisso. Nós contratamos um trio de músicos (cantora lírica, violino e piano) para a cerimônia. Como já tenho um conhecimento de música não tive muita dificuldade para fazer um repertório legal, que realmente tocou o público. Se você não conhece, pesquise. No youtube tem praticamente tudo o que você procurar. E antes de contratar os músicos, ouça-os tocando, para confirmar se era aquilo mesmo que queria. Se tiver que gastar um pouquinho mais, invista, isso é uma coisa que marca os noivos e os convidados. Abaixo vou colocar os links das músicas que escolhi para a cerimônia.
* entrada dos padrinhos/pai do noivo/mãe da noiva (Meditacion de Thais - Jules Massenet):http://www.youtube.com/watch?v=Y_nivNSBlLw
* entrada do noivo (The Phantom of the Opera):http://www.youtube.com/watch?v=os_y7jtUBZw
* entrada da noiva (Il Divo - Hasta mi final): http://www.youtube.com/watch?v=diawI_K8A9Y
* entrada de daminha e pajem (Somewhere in Time - John Barry): http://www.youtube.com/watch?v=6GY6BYD3s28
* benção das alianças (Ave Maria - Gounod): http://www.youtube.com/watch?v=75Z0Botms28
* assinaturas (Can you feel the love tonight - Elton John): http://www.youtube.com/watch?v=PkGDrV_2ehI
* saída dos noivos (Mattinata - Leoncavallo): http://www.youtube.com/watch?v=j38KExdeAeM


Decoração
Esta parte realmente é muito pessoal. Eu particularmente gosto do estilo rústico-romântico, tipo provençal. Mas o que vai criar uma atmosfera romântica mesmo são as flores, escolha bem as tonalidades conforme o seu gosto, e as velas, abuse delas. E nada de exageros, lembre-se que menos é mais.



Inove
Se você tem algum talento especial, como cantar, tocar um instrumento ou dançar, dê uma palhinha para os seus convidados, eles vão amar. O mesmo vale para a decoração, se for prendada, faça algo especial para decorar a sua festa. Inove também na dança dos noivos. Eu não vejo muita graça na tradicional valsa, mas gosto é gosto. Acho que vale a pena inovar com algum outro tipo de ritmo, como o tango por exemplo. Meu noivo não gosta de dançar, então aprendi a coreografia da música " Kajra re", que toca na novela Caminho da Índias, e dancei para ele. Foi ousado, mas no fim deu tudo certo e foi muito divertido! Se quiser ver: http://www.youtube.com/watch?v=R_kR-cu5tSM


Previna-se
Prepare-se para as intempéries. O dia do meu casamento estava lindo, o que foi uma benção, pois era na praia. Mas estava preparada com toldos e também contratei um aquecedor a gás para a área externa, depois de acompanhar a previsão do tempo e ver que faria um pouco de frio. O conforto dos seus convidados é fundamental.

Dia da noiva
Faça teste de maquiagem e de penteado. E de preferência, no dia, peça para o profissional arrumar você na sua suíte ou na sua casa. Soube de vários casos de noivas que fizeram o famoso " dia da noiva" e acabaram se atrasando, devido a quantidade de noivas no mesmo dia. Deixe um maquiador e cabeleireiro só para você, não divida-os com sua mãe, ssogra ou madrinhas, isso também pode atrasar a sua arrumação.


Boa Sorte!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Eros e Psiquê

Eros era o deus grego do amor, filho de Afrodite, deusa do amor, chamado de Cupido pelos romanos. Psiquê era uma belíssima mortal, filha de um rei na Grécia antiga, por quem Eros se apaixonou.
Gosto muito do sentido metafísico que Hesíodo dá, em sua obra Teogonia, a estes personagens. Para ele, Eros (Amor) é o princípio motor cósmico que tudo une e atrai - dos astros e planetas até os seres vivos. Linda definição para uma época em que pouco conhecimento tinha-se de física. Já Psiquê, para Hesíodo, é o princípio que anima a matéria formando os humanos, e nas linguas latinas derivam de anima (alma em português). Também lindo, não?

Já Homero, em Ilíada e Odisséia, narra este amor de forma mais concreta e mais simples, que vou descrever abaixo de forma resumida.
Era uma vez um rei que tinha três filhas, sendo que uma delas era muito, mas muito bonita, mais linda que a deusa do amor Afrodite. Os templos desta andavam vazios porque todos passaram a cultuar aquela princesa maravilhosa, chamada de Psiquê. Apesar de tanta beleza, a princesa não conseguia se casar, todos tinham medo, pois uma união com alguém tão belo só traria decepções.
Seu pai preocupado foi ao Oráculo de Delfos para pedir um conselho, e ficou horrorizado quando Pítia, a sacerdotiza de Apolo, orientou que abandonasse Psiquê num rochedo próximo e que um monstro iria buscá-la. Assim o fez.
Afrodite, muito irritada por ter sido " desbancada" em sua beleza, exigiu que seu filho Eros fosse até o rochedo e lançasse as suas flechas, doces, amargas, cruéis e tantas outras, pois assim é o amor, todas sobre Psiquê, para fazê-la sofrer. Quando Eros estava prestes a executar a ordem da sua mãe, viu Psiquê de relance e ficou abismado com sua beleza, e acabou sendo descuidado com as suas flechas, atingindo a si mesmo com uma delas. E o feitiço virou contra o feiticeiro, ele se apaixonou por Psiquê.
Psiquê sentia-se muito sozinha e triste, chorava, esperando que o tal monstro aparessesse. Mas Eros já tinha ordenado que a levassem a seu palácio, de forma que ela foi envolta por uma brisa suave que a levou flutuando até um vale cheio de flores, onde havia um palácio maravilhoso, com pilares de ouro, paredes de prata e chão de pedras preciosas.
Foi tratada como uma rainha. E a solidão terminou à noite, na escuridão, quando o marido chegou. E a presença dele era tão deliciosa que Psiquê, embora não o visse, tinha certeza de que não se tratava de nenhum monstro horroroso. E este amor se repetia noite após noite, sem que ela visse o rosto do seu amante. Sua curiosidade aumentava a cada dia, e acabou sendo influenciada pelas suas irmãs, que a invejavam, a espiar a figura do amante enquanto este dormia. Foi o que fez, mas acabou aproximando demais o lampião de Eros derramando óleo sobre o mesmo, que assim despertou. Psiquê viu a figura masculina mais bonita que havia existido. Mas Eros ficou muito decepcionado, dizendo que não há amor onde não há confiança. " Quiseste ver o amor mas ele não pode ser visto. Você deveria saber que o amor sempre parte quando conhecido".
Psiquê ficou desesperada e resolveu empregar todas as suas forças para recuperar o amor de Eros, que a essa altura estava na casa da mãe. Ela passava o tempo todo pedindo aos deuses para acalmar a fúria de Afrodite, sem obter resultado. Resolveu então se oferecer à sogra como serva, dizendo que faria qualquer coisa por Eros.
Ao ouvir isso, Afrodite gargalhou e respondeu que, para recuperar o amor dele, teria que passar por uma prova. Em seguida, pegou uma grande quantidade de trigo, milho, papoula e muitos outros grãos e misturou. Até o fim do dia, Psiquê teria que separar tudo aquilo. Era impossível e ela já estava convencida de seu fracasso quando centenas de formigas resolveram ajudá-la e fizeram todo o trabalho.
Surpresa e nervosa por ver aquela tarefa cumprida, a deusa fez um pedido ainda mais difícil: queria que Psiquê trouxesse um pouco de lã de ouro de umas ovelhas ferozes. Percebendo que ia ser trucidada, ela já estava pensando em se afogar no rio quando foi aconselhada por um bambu a esperar o sol se pôr e as ovelhas partirem para recolher a lã que ficasse presa nos arbustos. Deu certo, mas no dia seguinte uma nova missão a esperava. Agora Psiquê teria que recolher em um jarro de cristal um pouco da água negra que saía de uma nascente que ficava no alto de uns penhascos. Com o jarro na mão, ela foi caminhando em direção aos rochedos, mas logo se deu conta de que escalar aquilo seria o seu fim. Mais uma vez, conseguiu uma ajuda inesperada: uma águia apareceu, tirou o jarro de suas mãos e logo voltou com ele bem cheio de água negra.
Acontece que a pior tarefa ainda estava por vir. Afrodite dessa vez pediu a Psiquê que fosse até o inferno e trouxesse para ela uma caixa com parte da beleza imortal de Persefone, a rainha infernal. Desta vez, uma torre lhe deu orientações de como deveria agir, e, assim, ela conseguiu trazer a encomenda.
Tudo já estava próximo do fim quando veio a tentação de pegar um pouco da beleza imortal para tornar-se mais encantadora para Eros. Ela abriu a caixa e dali saiu um sono profundo, que em poucos segundos a fez tombar adormecida.
A história acabaria assim se o amor não fosse correspondido. Por sorte Eros também estava apaixonado e desesperado. Ele tinha ido pedir a Zeus, o deus dos deuses, que fizesse sua mãe parar com aquilo para que eles pudessem ficar juntos.
Zeus então reuniu a assembléia dos deuses (que incluía Afrodite) e anunciou que Eros e Psiquê iriam se casar no Olimpo e ela se tornaria uma deusa. Afrodite aceitou porque, percebendo que a nora iria viver no céu, ocupada com o marido e os filhos, os homens voltariam a cultuá-la. E os fez jurar: " jura, jura que nada farás nem dirás em tua vida que não seja em nome de Eros (o amor verdadeiro)".
Eros e Psiquê tiveram uma filha chamada Volúpia e viveram felizes para sempre.

As obras de arte acima, sobre Eros e Psiquê, são autoria de, na ordem: Antonio Canova (esta inclusive serviu de inspiração para o meu convite de casamento), William Adolphe Bouguereau e François Boucher.