quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Denis Nolet: um poeta da pintura


Denis Nolet é um pintor canadense (1964-), que já demonstrou talento desde bastante jovem. Passou por diversas experiências na pintura, mas foi no final dos anos 90 que desenvolveu o estilo que o deixou mais conhecido no Canadá (Quebec) e no exterior, caracterizado por retratar cenas urbanas iluminadas à noite. Suas pinturas possuem brilhante iluminação (seja ela artificial ou pelo crepúsculo) contrastada com silhuetas de pessoas, animais, objetos e construções. O contraste de cores é perfeito, principalmente na oposição de alaranjados X azuis e amarelados X violetas. Utiliza muito o amarelo, parecendo haver inspiração em Van Gogh, principalmente quando quer retratar luminárias de rua - a luz amarela ao redor do objeto luminoso parece uma " aura", assim como Van Gogh fazia (embora este gostava mais da luz do dia, e Nolet, da noite).
A temática dos seus quadros é muito poética, com cenários animados por casais de namorados e músicos de rua. Dá vontade de estar lá, dentro dos seus quadros. Não sei a que cidade pertecem estes cenários, pois nunca estive em Quebec. Para mim interpreto como se fosse Paris. Consigo perfeitamente imaginar esta cena: andar nas ruas de Paris ao anoitecer, com o meu amado, na cor diferenciada da atmosfera da cidade, ouvindo os músicos de rua, dançando a celebração de estar vivo.









terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O Beijo

Um beijo é um segredo que se diz na boca e não no ouvido.
Jean Rostand

O Beijo é um delicioso truque que a natureza criou para interromper a fala quando as palavras tornam-se supérfulas... Rafael
A única linguagem verdadeira no mundo é o beijo
Alfred de Musset
O beijo é uma forma de diálogo
George Sand
O primeiro beijo, seja isso bem claro, não o dão os lábios, mas os olhos.
O. K. Bernardi

As obras de arte são: (1) O Beijo - Gustav Klimt; (2) O Beijo - Tamara de Lempicka; (3) Beijo de Tango - Andrei Protsouk; (4) O Beijo - Edvard Munch; (5) O último romântico - Jack Vettriano; (6) O Beijo - Francesco Hayez; (7) Beijo Roubado - Jean Honoré Fragonard.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Baladas do rock

Gostaria de iniciar uma nova série de postagens aqui no blog. Tenho feito muitas postagens de músicas românticas no estilo da música clássica e ópera, mas há outro estilo bem difirerente, do qual também gosto muito. São as baladas das bandas de rock dos anos 80 (ou melhor, hard rock), conhecidas nos EUA como "power ballads". Estas músicas todas me trazem grande nostalgia, me lembram do meu início de adolescência, na época que ainda existiam reuniões dançantes... A maioria das letras são "dor de cotovelo" mesmo, falam da paixão entre jovens, amores proibidos, de promessas de amor, mas acompanhadas de vocais poderosos, solos de guitarra ou teclado, e levadas emocionantes da bateria. As bandas de hard rock da década de 80 vinham trazer um culto ao amor livre, às festas, ao carpe diem, à adrenalina. Nos shows de rock, quando uma balada dessas começava, todos acendiam seus isqueiros, atitude que ocorre até hoje.

Mas no início da década de 90, com a chegada do Grunge em clima totalmente oposto, depressivo, foi um balde de água fria para o glam das bandas de hard rock. Porém, fui sempre fiel ao estilo, e fico feliz de ver hoje adolescentes entrando em contato com ele, como se agora ele estivesse virando um clássico.

O vídeo que postei é de uma das minhas músicas (e vídeo) e bandas favoritas de todos os tempos, e acho que ela pode traduzir perfeitamente esta categoria de baladas do rock. É I´ll be there for you, do Bon Jovi, que pertence ao álbum New Jersey, lançado em 1989. Deixo a letra abaixo:

I guess this time you're really leaving I heard your suitcase say goodbye

Well as my broken heart lies bleeding you say true love is suicide

You say you've cried a thousand rivers and now you're swimming for the shore

You left me drowning in my tears and you won't save me anymore

I'm praying to God you'll give me one more chance girl

I'll be there for you, these five words I swear to you

When you breathe, I wanna be the air for you I'll be there for you

I'd live and I'd die for you I'd steal the sun from the sky for you

Words can't say what love can do I'll be there for you

I know you know we've had some good times now they have their own hiding place

Well I can promise you tomorrow but I can't buy back yesterday

And baby you know my hands are dirty but I wanted to be your valentine

I'll be the water when you get thirsty baby when you get drunk, I'll be the wine ...

I wasn't there when you were happy and I wasn't there when you were down

Didn't mean to miss your birthday baby I wish I'd seen you blow those candles out

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

As citações de Einstein

Além de ser um gênio da física e descobridor da teoria da relatividade, também ficou conhecido por ser contra governos totalitários e defensor da paz, e religioso no sentido de defender que Deus se revelava através da harmonia das leis da natureza. Muitos de seus pensamentos foram divulgados, e são de fato muito interessantes. Vou publicar alguns deles aqui. A minha favorita é a primeira, acredito muito nisto:
* "A imaginação é tudo. É a antevisão das coisas que vamos atrair para as nossas vidas."




* "Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela."

* "O valor do homem é determinado, em primeira linha, pelo grau e pelo sentido em que se libertou do seu ego."
* "Viver é como andar de bicicleta: É preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio."


* "A ciência sem a religião é paralitica, a religião sem a ciência é cega."


* "O único homem que está isento de erros, é aquele que não arrisca acertar."

* "Os ideais que iluminaram o meu caminho são a bondade, a beleza e a verdade."


* "Se, a princípio, a ideia não é absurda, então não há esperança para ela."

* "A felicidade não se resume na ausência de problemas, mas sim na sua capacidade de lidar com eles."

* "A liberação da energia atômica mudou tudo, menos nossa maneira de pensar."

* "Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor… Lembre-se. Se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor com ele você conquistará o mundo."


* "O primeiro dever da inteligência é desconfiar dela mesma."
* "A fama é para os homens como os cabelos, cresce depois da morte, quando já lhe é de pouca serventia."

* "A imaginação é mais importante que o conhecimento."


* "O estudo, a busca da verdade e da beleza são domínios em que nos é consentido sermos crianças por toda a vida."

* "Sem cultura moral não haverá nenhuma saída para os homens."
* "Falta de tempo é desculpa daqueles que perdem tempo por falta de métodos."

* "Poucos são aqueles que vêem com seus próprios olhos e sentem com seus próprios corações."
* " Há duas coisas infinitas: o Universo e a tolice dos homens."

Figuras que aparecem no post: Albert Einstein; Pintando os pássaros - Franz Dvorak; O Pensador - Auguste Rodin; Chef na bicicleta - Betty Whiteaker; Três Velas - Marc Chagall; A Criação de Adão - Michelangelo;

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O melhor amigo até nas horas mais difíceis

Todos nós temos ficado estarrecidos com as mazelas que o povo do Haiti está sofrendo após a tragédia do terremoto, os noticiários estão repletos de notícias deste tamanho sofrimento. Mas também acompanhamos a capacidade do ser humano de ajudar, de ter compaixão, e nos emocionamos quando alguém consegue ser salvo.
Muito me emociona ver também que muitas vidas podem ser salvas pelo trabalho de cachorros. Hoje acompanhei pelo noticiário de Santa Catarina que 3 cães farejadores, que já haviam salvado algumas vidas nas enchentes do vale do Itajaí em 2008, vão embarcar para o Haiti . Me emociona ao ver este animal, com toda a sua lealdade, executar este trabalho difícil para qual é treinado, e que para ele é como se fosse mais uma brincadeira de esconde-esconde. Coisa mais querida.
Graças às extraordinárias capacidades olfativas do cão - mil vezes superior ao dos seres humanos, ele pode ser utilizado em tarefas muito variadas, algumas delas, realmente, inesperadas. Assim, existem cães farejadores, meteorologistas e, até, geólogos. Alguns estão sendo treinados para encontrar obras de arte roubadas, outros para detectar drogas camufladas em bagagens e cargas, e outros, como estes que falei, para encontrar pessoas (vivas ou mortas) sob escombros.

Além do olfato aguçado, é possível também que sejam sensível às variações da humidade do ar e da pressão atmosférica, e como muitos outros animais, os cães agitam-se durante o tempo que precede os terremotos (por isso, poderia ser útil observar o seu comportamento).

As duas raças de cães que os profissionais preferem são o Pastor Alemão, de treinamento fácil e flexível, utilizado peles polícia e pelas alfândegas, e o Retriever do Labrador, dotado de um faro e uma robustez excepcionais, e uma incrível paixão na busca, e também o Border Collie, que é muito inteligente e obediente.

O trabalho com cães de resgate no Brasil é desenvolvido apenas nos estados de São Paulo, Distrito Federal, Santa Catarina e Rio de Janeiro. A maioria dos animais é treinada em corporações militares, como Exército, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, desempenhando um papel fundamental na localização de pessoas perdidas em florestas, desabamentos e soterramentos. A capacidade de trabalho de um cão farejador para localizar pessoas equivale a 20 homens desempenhando a mesma função de busca, sendo que o animal pode realizar a tarefa em um tempo muito menor. O olfato apurado do cão pode detectar, no solo, o odor de uma pessoa vários dias após ela ter passado pelo local. O treinamento, que consiste em 20 a 30 horas por semana, deve ser iniciado na fase de filhote. Um cão e seu condutor estarão aptos para o trabalho de resgate após 2 anos de treinamento.
Nem todos os animais conseguem se "graduar" como cães de resgate. O cão terá que trabalhar em ambiente de estresse, procurar partículas microscópicas de odor humano, voar em helicópteros, navegar em barcos e depois de passar várias horas preso em caixas de transporte, pular e sair farejando... Não é um trabalho para um cão comum!!

Fonte e mais informações em: http://www.bombeirosemergencia.com.br/caosalvavidas.htm http://www.dogtimes.com.br/farejadores.htm

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Asclépio e a minha arte

Decidi começar a publicar arte feita por mim no blog. Eu ia esperar um pouco, adquirir mais experiência, aprender mais etc etc etc. Mas quem sabe postando aqui seja um estímulo para produzir mais.

A figura ao lado é de um quadro que pintei, chama-se "Asclépio" (acrílico sobre tela, 50x30), e foi uma encomenda do meu marido, para colocar no consultório dele. Foi um estudo (uma releitura) de uma imagem que vi numa revista de medicina, de um vitral da Faculdade de Medicina da USP. Adoro Art Nouveau e vitrais, por isso gostei muito de executar este trabalho. Além disso, pude expressar uma das minhas paixões que é a pintura, e também relembrar um pouco da história da Medicina, que é a arte em que mais atuo no momento. Gostaria de falar neste post então um pouco sobre Asclépio.
Asclépio(grego) ou Esculápio (latim) era o deus da Medicina e da cura da mitologia greco-romana. Existem várias versões de seu mito, mas a mais conhecida o aponta como filho de Apolo, o deus da luz, e Corônis, uma mortal. Teria nascido de cesariana após a morte de sua mãe, e levado para ser criado pelo centauro Quíron, que o educou na caça e nas artes da cura. Aprendeu o poder curativo das ervas e a cirurgia, e adquiriu tão grande habilidade que podia trazer os mortos de volta à vida, pelo que Zeus o puniu, matando-o com um raio.

Muitas das narrativas em que se fala de Asclépio vêm através de Homero, e uma vez que atualmente o relato homérico sobre a Guerra de Tróia é considerado a poetização de um evento possivelmente histórico, Asclépio pode ter existido de fato, vivendo em torno de 1200 a.C., e sido mais tarde divinizado. Dentro da cultura grega não era incomum que heróis célebres fossem objeto de culto após sua morte. Escrevendo no século I, Celso explicou que pelo fato de ter aperfeiçoado as artes médicas, antes primitivas, ele mereceu um lugar entre os imortais.

Entre as curas que teria operado, estão as de vários heróis feridos em Tebas; de Filocteto em Tróia; as filhas de Proetus que haviam sido enlouquecidas por Hera; restaurou a visão aos filhos de Fineu; curou com ervas as feridas de Hércules em sua luta contra a Hidra de Lerna, devolveu à vida Orion, Hipólito, Himeneu, Glauco, Panassis e Licurgo. Após sua morte, outras curas lhe foram atribuídas por outros médicos da época.

Ele é representado usualmente como um homem mais velho, vestido com uma túnica que lhe descobre o ombro direito, e apoiado a um cajado onde se enrola uma serpente. Às vezes aparece a seu lado um menino, símbolo da recuperação da saúde. Também pode ser mostrado junto de algum de seus outros filhos, especialmente Higéia, que se tornou uma figura importante em seu culto e chegou a ter templos próprios (de onde vem a palavra higiene e também hígido - aquele que tem saúde). A estátua de seu principal templo fora feita em Epidauro, de ouro e marfim, tinha cerca de seis metros de altura, e ele aparecia sentado em um trono, pousando sua mão direita sobre uma serpente, enquanto que com a esquerda segurava um cajado, e tinha um cão ao seu lado. Asclépio foi representado em moedas cunhadas por 46 imperadores e imperatrizes romanos, e essas moedas circulavam em todo o império romano.

O principal símbolo de Asclépio é um bastão com uma serpente enrolada, que muitas vezes tem sido confundido erroneamente com o caduceu, que possui duas serpentes. A origem do símbolo é muito antiga, anterior aos gregos. Há mais de 5 mil anos os mesopotâmios usavam um bastão com uma serpente como emblema de Ningizzida, o deus da fertilidade, do matrimônio e das pragas. Para os gregos e romanos a serpente era um símbolo da cura porque periodicamente abandona sua pele velha e renasce, da mesma forma que os médicos removem a doença dos corpos e rejuvenescem o homem. Era conhecido também dos judeus antes de Cristo, como se lê no relato bíblico de Moisés erguendo um poste com uma serpente de bronze para livrar o seu povo de uma praga de serpentes.
Foram identificados centenas de santuários antigos de Asclépio em toda a orla do Mediterrâneo e Europa ocidental - desde Mênfis do Egito até Karpow no norte da Europa, desde Ecbátana no Oriente até o País de Gales - através de ruínas arqueológicas, citações literárias e inscrições em monumentos. Estes santuários funcionavam como hospitais, onde as pessoas iam buscar a cura de seus males.

A tradição médica derivada de Asclépio foi assimilada por Hipócrates, considerado por muitos o pai da medicina ocidental, que se formou no santuário de Asclépio em Cós. Ele mesmo era descendente dos Asclepíades, uma linhagem de sacerdotes-médicos que se dizia derivada da progênie do próprio deus. Apesar de a medicina hipocrática se desenvolver em uma linha mais científica e empírica, vários aspectos da sua doutrina se basearam no folclore religioso que cercava o culto de Asclépio, e deu grande atenção aos sonhos como elemento de diagnóstico.

Depois do surgimento do Cristianismo, vários santuários de Asclépio foram transformados em igrejas cristãs, dedicadas a santos ligados à cura, mas ele foi um dos deuses pagãos de maior sobrevida dentro do Cristianismo, em virtude de sua fama de bondade e compaixão. Na época em que o Partenon de Atenas já era uma igreja cristã, no século VI d.C., o templo de Asclépio adjacente ainda era frequentado. Estudiosos afirmam que a liturgia de culto de Asclépio foi uma forte influência sobre a sistematização da ritualística cristã. Justino, em sua Apologia, escreveu que "Quando dizemos que Jesus curou os aleijados e os paralíticos e os que eram doentes desde o nascimento e que ressuscitou os mortos, estamos relatando feitos que eram idênticos àqueles que se diz Asclépio ter praticado"

fonte: Wikipedia

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

200 anos do nascimento de Frédéric Chopin em 2010 - 1

Retomando a minha promessa de postagens sobre Chopin no bicentenário de seu aniversário em 2010, gostaria de deixar o vídeo de uma das suas baladas, executada por Vladimir Horowitz.


A Balada nº 1, em Sol menor, Opus 23, é a primeira das quatro baladas compostas pelo compositor polonês Frédéric Chopin para piano. Foi composta entre 1835 e 1836, durante os primeiros dias do compositor em Paris, e foi dedicada ao "Monsieur le Baron de Stockhausen" embaixador de Hanover na França. De acordo com um comentário do compositor Robert Schumann, Chopin teria citado o poeta Adam Mickiewicz como influência para as suas baladas. Ele teria escrito em uma carta: "Recebi uma nova balada de Chopin. Parece um trabalho bastante próximo de seu gênio, embora não seja o mais genial e eu lhe disse que de todas as suas composições é a que mais gosto."

No filme O Pianista, esta balada é tocada duas vezes, na interpretação de Janusz Olejniczak, dirigido por Roman Polansky. Na primeira vez, são escutados apenas alguns compassos, quando Władysław Szpilman toca no ar, num hospital alemão abandonado. Na segunda vez, é ouvida numa cena de aproximadamente 4 minutos, quando um militar alemão é tocado pela beleza da música e do talento de Szpilman, desistindo de entregá-lo para os nazistas.

E de pensar que já toquei isso... desisiti pois nunca consegui fazer direito depois do 08:46, é muuuuuito difícil!

Visite este post para mais informações sobre Chopin: http://moradadevenus.blogspot.com/2009/12/200-anos-do-nascimento-de-frederic.html

Sonata ao Luar em Minha Amada Imortal

Minha Amada Imortal é outro filme que está entre os meus favoritos. Mas também sou suspeita para falar, pois o filme apresenta dois de meus ídolos: (1) o compositor Ludwig Van Beethoven e (2) o espetacular ator Gary Oldman.


O filme é baseado em uma carta que Beethoven escreveu para uma certa " amda imortal", provavelmente datada de julho de 1812, endereçada a uma mulher desconhecida com quem ele teria, na semana anterior, um encontro em Praga ou Viena. Os detalhes da carta indicam um provável relacionamento de longa data, no qual ele explica os prováveis impedimentos para um futuro casamento. O filme desenrola-se na busca desta mulher, tendo em vista que Beethoven teve vários relacionamentos, permanecendo a dúvida entre 3 pretendentes. O final do filme é muito supreendente e também muito triste.



A cena que postei mostra quando se descobre que Beethoven estava surdo. Sua amiga Giulietta, que é uma de suas pretendentes, insiste ao pai que lhe dê um piano, para que possa provar que ele ainda toca (tendo em vista que passara por momentos de " baixa" nas suas apresentaçoes). Eles entregam o piano e fingem que não há ninguém em casa, para que Beethoven fique mais à vontade. É aí que observam por uma janelinha na porta que ele, para tocar, necessita deitar a sua face sobre a tampa do piano de cauda, quando começa a executar a sonata ao luar, para melhorar a captação das ondas sonoras. Quando descobre que foi enganado, fica furioso, sai xingando todos, mas a surdez o impede de ouvir os pedidos de desculpas de Giulietta. A interpretação de Oldman neste momento é para mim muito tocante.


A Sonata Op. 27 n. 2 conhecida como Sonata ao Luar foi muito tocada na época de Beethoven, que chegou a dizer que já tinha feito músicas melhores, pode? Ela serviu de tema para inúmeros filmes e romances, e só recebeu o apelido famoso muitos anos depois da morte de Beethoven. Foi o crítico Rellstab que comparou a música a um luar no lago Lucerna (lindíssimo lago suíço). A comparação "pegou" e chegou até nós até os dias de hoje.

10 coisas românticas para fazer em Florianópolis

Decidi vir morar em Florianópolis depois de umas férias que passei aqui. Senti uma energia especial no lugar, que há tempos é chamado de ilha da magia. Sinto isso de verdade, como se fosse um local capaz de nos enfeitiçar, de nos fazer sentirmos plenos. A magia que toca as pessoas românticas como eu. Gostaria de deixar algumas dicas imperdíveis, na minha opinião, para quem vem passear aqui à dois.

Jantar com vista para a Lagoa da Conceição
Existem vários restaurantes que possuem vista para a lagoa, mas eu indicaria estes: (1) Mar e Massas no canto da Lagoa; (2) Ponto de Vista no morro da Praia Mole; (3) Ponta das Caranhas após o morro da mole em diração á Barra da Lagoa, (4) Isadura Duncan bistrô, próximo ao Ponta das Caranhas e (5) Creperia do Degrau, no canto dos Araçás. Todos eles são extremamente românticos.
Pôr do Sol em Santo Antonio de Lisboa
Você pode curtir este pôr-do-sol incrível caminhando pelo ruazinha que costeia o mar, ou sentando-se em algum dos vários restaurantes no local. Após o jantar, vale a pena passear e observar o casario histórico que data do século XVIII ou passear na rua antiga central, toda de pedras, onde nos fins de semana há uma feirinha de artesanatos. Por falar nisso, há várias lojinhas de artesanatos também. Você pode encerrar o passeio no bar dos Açores, que é ao lado da magnífica igreja de Santo Antônio, onde sempre há músicos tocando MPB. O coração vai bater mais forte, pode crer.
Passeio no Morro da Armação
Entre a Praia da Armação e a do Matadeiro, existe um morrinho (que é aparentemente um sambaqui), onde você caminha um pouquinho e já atinge o cume, com uma vista magnífica das duas praias e do mar aberto. É só pegar uma canga e deitar-se ali, ao lado do seu amado, ouvindo as ondas quebrarem e a suave brisa marítima. Não recomendo isso em alta temporada, pois haverá muitas pessoas o que pode acabar com a sua meditação.

Passeio de Barco
Na ilha existem diversas opções de passeio de barco, e nada mais romântico do que isso né? O que eu mais gosto é o passeio para a Ilha do Campeche, que é mais uma aventura devido ao barco passar por mar aberto. A ilha é magnífica, água cristalina, tem trilhas e mergulho. Leve repelente. Outro que adoro é o passeio para a costa da Lagoa. O barco que leva é mais rústico, pois é tipo um táxi que leva os moradores para a costa. O trajeto é tranquilo, e você pode parar num dos diversos barzinhos à beira da Lagoa.
Visita ao morro onde está a casa de Retiro dos Jesuítas
Fica localizado na praia do Morro das Pedras, e tem uma vista magnífica desta praia e da praia da Armação, para você curtir com o (a) seu (sua) amado (a).
Almoço no bar do Arantes na Praia do Pântano do Sul
Este é um restaurante tradicional da ilha. Embora ache que eles tenham aumentado absurdamente os preços no decorrer dos anos, acho que vale a pena conhecer. O restaurante é repleto de bilhetinhos nas paredes, que turistas dos mais diversos cantos do mundo deixam lá. Você pode deixar lá a sua declaração de amor para o seu amado. Sem contar que é uma praia maravilhosa, uma das minhas preferidas, é uma antiga aldeia de pescadores.
Fim de tarde na Praia do Forte
Romantismo aqui é tudo. Sente-se em um dos barzinhos à beira mar, esqueça-se de tudo e lembre-se apenas de ser feliz. A praia do Forte é uma praia isolada, você chega nela por uma estradinha que à liga à Jurerê Internacional. Lá há o forte São José da Ponta Grossa, que você pode visitar, com vistas esplêndidas da baía norte. O lugar é muito astral, inesquecível!




Almoço no restaurante Ostradamus, no Ribeirão da Ilha



O Ribeirão da Ilha é outra frequesia antiga como Santo Antônio, com diversas fachadas históricas preservadas. O restaurante Ostradamus é um dos melhores da ilha em frutos do mar, e possui um deck mar adentro, onde gaivotas visitam com frequência. Outra experiência imperdível.


Jantar na Pizzaria Nave Mãe, no Canto da Lagoa
Escolha uma sexta-feira à noite e vá a esta pizzaria, que para mim é a melhor da cidade. O lugar é super rústico e aconchegante, com luz de velas, e às sextas tem MPB ao vivo. A pizzaria ideal para os românticos de plantão.

Caminhada pela Avenida Beira Mar Norte no fim de tarde
Tem um pôr-do-sol maravilhoso, e é lindo quando as luzes dos edifícios e da ponte Hercílio Luz começam a acender. Dê a mão ao seu par e comece a caminhada no trapiche principal e vá em direção à ponte, depois volte.

Enfim, criando este post começaram a surgir inúmeras outras programações interessantes, mas me propus em escolher 10, então estão aí. Se você tiver interesse em ver mais imagens de Floripa, visite meu outro blog: http://ilovefloripa.blogspot.com/

sábado, 9 de janeiro de 2010

La Bohème

Quero continuar falando de boemia neste post, desta vez para lembrar da famosa ópera em quatro atos do italiano Giacomo Puccini, a qual, como falei ontem, foi baseada no livro de Henri Murger, Scènes de la vie de bohème.
Até a época em que Puccini compôs La Bohème, quase todos os personagens de ópera tinham sido reis, príncipes, nobres, guerreiros, deuses ou heróis da mitologia grega. Os personagens de La Bohème são intelectuais proletários que não têm dinheiro nem para pagar o aluguel, e a protagonista Mimi morre de tuberculose. Antes do sucesso, o próprio Puccini conheceu grande pobreza. A vida boêmia que Puccini vivia na época também era muito semelhante à dos personagens de La Bohème. A humanidade de seus personagens e a partitura de Puccini tornam La Bohème uma das óperas mais famosas do compositor.
Deixei aqui duas árias da ópera nas versões que maais gosto: (1) Che gelida manina com Luciano Pavarotti e (2) Quando m´en vo com Anna Moffo. A primeira é da cena em que o personagem Rodolfo conhece Mimi. A ação se desenvolve em Paris por volta do ano de 1830 no sótão que Rodolfo (poeta) divide com o amigo Marcelo (pintor).

A jovem Mimí bate na porta para pedir ajuda pois o vento havia apagado a luz de sua vela. Rodolfo abre, fica fulgurado pela beleza de Mimí e a convida a entrar para aquecer-se perto do fogo. A jovem, seriamente doente, sufocada por um acesso de tosse, quase desmaia e Rodolfo se dispõe a socorrê-la. Ficando melhor, Mimí agradece e sai, mas volta logo depois porque havia esquecido as chaves no sótão de Rodolfo. Um golpe de vento apaga as velas de Mimì e de Rodolfo, que ficam no escuro. Rodolfo encontra logo as chaves mas instintivamente as coloca no bolso. Continuando a buscar no chão, suas mãos se tocam. E Rodolfo explode de amor! Uma das partes que mais gosto é quando ele descreve o que faz da vida, que é um poeta, que vive de escrever e viver, e que apesar de sua pobreza, sente-se como um rei, pois tem a alma milionária. Enfim, descrevendo a essência do sentimento boêmio!

A outra cena que coloquei é quando uma outra personagem, Musetta, tenta fazer ciúmes ao seu amado Marcello, e a letra é muito divertida, me identifiquei com ela, quando nos produzimos todas para o nosso amor que nos desdenha, e acabamos vendo-o ficar de queixo caído.

Deixo a letra de ambas com as respectivas traduções.



Che Gelida Manina (Que Mãozinha Gelada)

Che gelida manina,se la lasci riscaldar.
Que mãozinha gelada, se me deixas aquecê-la
Cercar che giova, al buio non si trova.
o que você procura, no escuro não se encontra
Ma per fortuna è una notte di luna, e qui la lunal'abbiamo vicina.
Mas por sorte é uma noite de lua, e aqui a lua, a temos bem próxima.
Aspetti signorina, le dirò con due parole
Espere moça, te direi com duas palavras,
chi son, chi son e che faccio,come vivo. Vuole?
quem sou, quem sou e o que faço, como vivo. Você quer?
Chi son?Sono um poeta. Che cosa faccio? Scrivo. E come vivo? Vivo.
Quem sou? Sou um poeta. O que faço? Escrevo. E como vivo? Vivo.
In povertà mia lieta,scialo da gran signore,
Na minha despreocupada pobreza, vivo como um grande senhor,
rime ed inni d'amore per sogni e per chimere e per castelli in aria ...L'anima ho milionaria!
rimas e hinos de amor, para sonhos e quimeras e para castelos no ar ... Tenho a alma milionaria!
Talor dal mio forziere ruban tutti i gioelli due ladri ...Gli occhi belli.
Talvez deste meu cofre roubem todas as jóias. Dois ladrões ... os olhos belos.
V'entrar com voi pur ora, ed i miei sogni usati e i bei sogni miei tosto si dileguar.
Entram com você também agora, e os meus sonhos de costume e os meus belos sonhos logo vão se dissipar.
Ma il furto non m'accora, poichè,poichè v'ha preso stanza la speranza.
Mas o roubo não me apavora, porque, porque nasceu a esperança.
Or che mi conoscete,parlate voi.Deh! Parlate!Chi siete, vi piaccia dir!
Agora que me conheces, fale você. Fale! Quem você é, gostaria de dizer?

Quando m´en vo (Quando me vou)

Quando men vo, quando men vo soletta per la via, la gente sosta e mira.
Quando me vou, me vou sozinha pela rua, as pessoas param e me olham.
E la bellezza mia tutta ricerca in me,Ricerca in me da capo a pie.
E toda a minha beleza a procuram da cabeça aos pés.
Ed assaporo allor la bramosia sottil,Che da gl'occhi traspira.

E então eu provo o sutil desejo, que transpira dos seus olhos.
E dai palesi vezzi intender sa alle occulte beltà.
E podem ver belezas ocultas por trás dos encantos que aparecem
Cosi l'effluvio del desio Tutta ma'ggira.Felice mi fa!Felice mi fa!
E assim o suspiro do desejo rodopia ao meu redor, me faz feliz, me faz feliz!
E tu che sai, che memori e ti struggi , da me tanto rifuggi?

E tu que sabes, recordas e resistes, tanto foges de mim?
So ben: le angoscie tue non le vuoi dir,Non le vuoi dir,So ben ma ti senti morir!
Sei bem, as tuas angústias não queres contar, não queres, eu sei bem, mas te sentes morrer!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Boemia

Boemia é a prática de um estilo de vida não-convencional, geralmente vivido por pessoas envolvidas com objetivos ligados à música, arte ou literatura. Muitos boêmios foram e são artistas, ou aventureiros, que viviam de forma alegre geralmente à noite.
É um fenômeno social e literário que aconteceu em diversos pontos do planeta e em diferentes épocas. Aparentemente, o termo boêmio surgiu no meio literário francês no século XVII, para caracterizar estrangeiros, ciganos, que tinham um estilo de vida às margens da sociedade da época, que se pensava virem da Boêmia (região da República Tcheca), usado de forma pejorativa. Mas foi no auge do romantismo francês do século XIX que o termo se popularizou, através de escritores como Balzac, e pela coleção de estórias de Henri Murger, Cenas da Vida Boêmia, publicada em 1845, escrita para glorificar e legitimizar a Boemia. Algumas óperas famosas que buscavam retratar a realidade social da época utilizaram esta temática, como Carmen de Bizet e La Bohème de Puccini, esta última com libreto inspirado nestes contos de Henry Murger. O termo irradiou-se pelos bairros franceses do Quartier Latin, Montmartre e Montparnasse, bairros conhecidos por abrigar estudantes, filósofos, escritores, artistas, sonhadores que se reuniam nos seus cafés para trocar as suas idéias, vivendo de forma livre e excêntrica, procurando romper, através da arte, com as forças mercadológicas que estavam surgindo com a ascensão da burguesia. Foi um momento rico, artística e emocionalmente, levantado por estes excêntricos que acreditavam em um mundo mais simples e mais belo. Dentre eles podemos citar os pintores Amedeo Modigliani, Henry de Toulouse-Latrec, Edgar Degas, Van Gogh, Pablo Picasso e os escritores Jean Paul Sartre, Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald. No Brasil, também tivemos uma boemia ativa como movimento no Rio de Janeiro do século XIX, representada pelos escritores Aluísio de Azevedo, Olavo Bilac e Coelho Neto, por exemplo. Enfim, o termo boêmio descreve uma pessoa, não importa a sua procedência, que viva da arte de uma forma não convencional, muitas vezes abrindo mão de recursos financeiro. Nos dias de hoje o termo perdeu o seu sentido original daquele que busca uma ruptura com o sistema através da arte, para caracterizar aquela pessoa que só vive nos bares, que não faz nada de produtivo, aqueles que chamamos de vagabundos. É uma pena esta distorção. De qualquer maneira, tenho certeza de que muitas pessoas gostariam de poder se dedicar à sua arte, seja música, literatura, pintura, mas acabam abrindo mão destes sonhos pelas exigências da sociedade capitalista.

Deixo o vídeo da música La Bohème, de Charles Aznavour, que traduz todo o sentimento saudosista da boemia do Montmartre, além de linda imagens deste bairro. Coloquei a letra e a tradução. O assunto continua no próximo post.


As obras de arte neste post são (1) O Moinho da Galette - Pierre Auguste Renoir; (2) No Moulin Rouge - Henri de Toulous-Latrec e (3) Mulher Bonita - amedeo Modigliani.

Je vous parle d'un temps que les moins de vingt ans ne peuvent pas connaître
Montmartre en ce temps-là accrochait ses lilas jusque sous nos fenêtres
Et si l'humble garni qui nous servait de nid ne payait pas de mine
C'est là qu'on s'est connu moi qui criait famine et toi qui posais nue
La bohème, la bohème, ça voulait dire on est heureux
La bohème, la bohème nous ne mangions qu'un jour sur deux
Dans les cafés voisins nous étions quelques-uns qui attendions la gloire
Et bien que miséreux avec le ventre creux nous ne cessions d'y croire
Et quand quelque bistro contre un bon repas chaud nous prenait une toile
Nous récitions des vers groupés autour du poêle en oubliant l'hiver
La bohème, la bohème ça voulait dire tu es jolie
La bohème, la bohème et nous avions tous du génie
Souvent il m'arrivait devant mon chevalet de passer des nuits blanches
Retouchant le dessin de la ligne d'un sein du galbe d'une hanche
Et ce n'est qu'au matin qu'on s'assayait enfin devant un café-crème
Epuisés mais ravis, fallait-il que l'on s'aime et qu'on aime la vie
La bohème, la bohème, ça voulait dire on a vingt ans
La bohème, la bohème, et nous vivions de l'air du temps
Quand au hasard des jours je m'en vais faire un tour a mon anciènne adresse
Je ne reconnais plus ni les murs, ni les rues, qui ont vu ma jeunesse
En haut d'un escalier je cherche l'atelier dont plus rien ne subsiste
Dans son nouveau décor Montmartre semble triste et les lilas sont morts
Eu te falo de um tempo que os menores de 20 anos não podem conhecer
Montmartre naquele tempo pendurava seus lilases logo abaixo das nossas janelas
E se esta ocupação humilde que nos serviu de ninho não pagava a mina (?)
Foi lá que nos conhecemos, eu que gritava faminto e você que posava nua
A boemia, a boemia, queria dizer nós somos felizes
A boemia, a boemia, só comemos 1 dia a cada 2
Nos cafés vizinhos nós éramos alguns
que esperávamos a glória
E bem miseráváveis com os estômago oco não paramos de acreditar
E quando algum bistrô, contra uma boa refeição quente, nos trazia uma tela
Nós recitávamos versos ao redor do aquecedor esquecendo que era inverno
A boemia, a boemia, isso quer dizer, você é bela
A boemia, a boemia, e nós todos éramos geniaisFrequentemente me acontecia diante do meu cavalete de passar noites em claro
Retocando o desenho da linha de um seio da curva de um quadril
E não é que pela manhã quando nos sentávamos enfim diante de um café-creme
Exaustos mas felizes, era preciso que nos amássemos e que amássemos a vidaA boemia, a boemia, isso quer dizer, nós temos 20 anos
A boemia, a boemia e nós vivíamos do ar do tempoQuando ao acaso dos dias fui fazer um passeio ao meu antigo endereço
Não reconheci mais nem os muros nem as ruas que viram a minha juventude
E do alto de uma escadaria eu procuro o atelier do qual não existe mais nada
Na sua nova decoração Montmartre parece triste e os lilases morreram