terça-feira, 30 de junho de 2009

Despertando Afrodite em sua vida


O culto à Afrodite estava, na antiguidade, relacionado às fartas colheitas e ao crescimento dos rebanhos, e, especialmente, à perpetuação da espécie. Suas festas eram celebradas por toda a Grécia, especialmente em Atenas e Corinto, e contavam com uso de substâncias conhecidas como afrodisíacas. São comidas, bebidas e magias que estimulam a libido e fazem crescer o desejo amoroso em prol da fertilidade. Com o passar do tempo, e com a transformação da sociedade matriarcal pela patriarcal, Afrodite passou a ser vista como uma Deusa frívola e promíscua, como resultado de sua sexualidade liberal. Parte dessa condenação a seu comportamento veio do medo humano frente à natureza incontrolável dos aspectos regidos pela Deusa do Amor.
O dia da semana dedicado à deusa do amor é a sexta-feira, em latim, veneris dies, ou seja, o dia de Vênus. Na nomenclatura pagã, cada dia era dedicado a um astro ou a um deus, que variava de acordo com a mitologia local de cada cultura e que foi conservado em outros idiomas. Vários idiomas que foram originados do latim mantêm esta raiz, como o francês (vendredi), o italiano (venerdi) e o espanhol (viernes). Já nos idiomas de origem germânica, alguns também mantiveram a sexta-feira como o símbolo da deusa do amor, pois Friday (inglês), Freitag (alemão) e Fredag (nórdicos) derivam de Freya ou Frige, que seriam nomes para a deusa do amor nestes povos.
Não sou de fazer rituais mirabolantes do tipo " conquiste a pessoa amada em 10 dias". Porém, esta coisa dos dias da semana acho interessante, afinal, é algo tão antigo, tão arraigado nas culturas, que já nem sabemos o porquê deles e acho legal resgatar. Então gosto, nas sextas-feiras, na hora do banho, de acender uma vela e um incenso, e imaginar o poder desta deusa, amorosa, bela, saudável, radiante, na minha pessoa. Aliás, sexta-feira é o meu dia da semana preferido (e para muita gente também!!), pois no sábado dá pra acordar mais tarde, e aí na sexta a gente dispende mais tempo se arrumando, sai para jantar fora, toma um vinhozinho...
Mas independente de símbolos, acho que despertar Afrodite significar estar com os sentidos bem aguçados, percebendo a beleza nas pequenas coisas; é estar com o sorriso sincero no rosto, é rir de bobeira; é enfim estar apaixonada pela vida e ter esta atitude radiante para qualquer coisa.
figura: Vênus de Milo, escultura helênica de autor desconhecido

domingo, 28 de junho de 2009

Sobre Afrodite


Afrodite, ou Vênus para os romanos, é a deusa grega do amor e da beleza. De acordo com Hesíodo, Afrodite nasceu quando Urano (pai dos titãs) foi castrado por seu filho Cronos, que atirou seus testículos ao mar, que começou a ferver e a espumar. De aphros ("espuma do mar"), a força fecundante produziu a paixão incomensurável, que não pertence a ninguém. Afrodite é de uma geração mais antiga que a maioria dos outros deuses olímpicos, fiel à sua natureza de espargir o amor e a paixão por toda a face da Terra. Por onde passava a terra se renovava, os animais se reproduziam, as flores cresciam, os deuses ficavam hipnotizados. Na Grécia antiga, o culto à Afrodite não conhece limites, isto porquê a arte de amar ocupava um lugar central, sendo inclusive parte fundamental na educação dos jovens. A arte de amar era vista como o elixir da vida, e não se restringia ao sexo, mas significava amar o mundo, as pessoas, enfim, tudo o que é vivo. Hipócrates, o pai da medicina, dizia que " quem não ama, adoece" e que " a mais grave fonte da doença é ser falso em seus sentimentos com os outros e consigo". Seus símbolos incluem a rosa vermelha, a mirta, o mar, o golfinho, as conchas, a pomba, o pardal, o cisne, a romã, a maçã e a limeira. Entre seus protegidos estão os marinheiros e artesãos. Afrodite tem atributos comuns com as deusas Freya (nórdica), Ishtar/Astarte (mesopotâmica/babilônica) e com a Deusa ou Grande Mãe neolítica (símbolo de fertilidade).

Fontes: Mitologia Viva - Aprendendo com os deuses a arte de viver e amar (Viktor D. Salis); Wikipedia
Pintura: O Nascimento de Vênus - William-Adolphe Bouguereau